A cura da ansiedade e da
depressão
Sempre disse que a cura para estes dois males do
ser humano está no seu interior, no autoconhecimento, na aceitação de quem
somos e dos nossos medos e limites, e o respeito por nos próprios leva-nos a um
estado de paz e liberdade interior. Trabalhar os nossos pensamentos e a
nossa energia diariamente requer prática, determinação e autodisciplina, mas
vale-nos a cura para este tipo de doenças.
Numa primeira fase os ansiolíticos e
antidepressivos, ou todos os fármacos destinados a este tipo de doenças, poderão
nos ajudar a atenuar os sintomas, mas nada podem curar se a
transformação interior não for feita. Aconselho sim as pessoas a
utilizarem os fármacos se os sintomas não forem tolerantes e perturbarem a
vossa vida pessoal, e a fazerem também psicoterapia se
não tiverem lucidez no momento ou se se sentirem perdidos sem saber o que
fazer.
Por trás destes episódios e patologias existem
vazios, partes de nós inconscientes que sem serem estimuladas por alguém que
tenha a capacidade de ir fundo no nosso interior, para nos remexer e nos fazer
aceder a essas memórias, traumas, sentimentos, etc, nunca poderão ser trazidos
à luz daconsciência e
posteriormente enfrentados e transmutados.
Há casos simples, há casos mais complexos, mas nada
que não tenhamos capacidade de curar se tivermos essa força de vontade.
Como energia que somos, todos os
pensamentos têm o dom de nos contaminar ou limpar, por isso há que estar
sempre alertas, conscientes e despertos de nós mesmos.
Muitas das vezes é preciso mesmo sentir o
que a vida nos está a pedir, apesar da dor, do desconforto, do desespero, e
manter sempre a fé de que tudo haverá de passar, todo esse foco potencializará
a nossa força interior e a nossa energia de cura. Há que ter noção que o nosso
propósito aqui na Terra é simplesmente evoluirmos e nos tornarmos uma versão
melhor de nós próprios e não nos apegarmos a bens, pessoas, memórias, pois tudo
o que nos leva ao apego um dia nos pega, e ficaremos sem chão até percebermos
que era apenas o nosso ego a desejar uma segurança ilusória.
Há sem dúvida um trabalho interior a ser feito, com
calma e paciência, pois as mudanças não ocorrem de um dia para o outro. Assim
como o corpo precisa ser trabalhado assiduamente com dedicação e
treino para fins físicos, como por exemplo carregar pesos, subir escadas, fazer
algo sem muito esforço, nossa mente também precisa ser trabalhada para
aprendermos a lidar de uma forma mais filtrada e liberta com as adversidades
que cruzam o nosso caminho, seja no trabalho, seja na família, nas relações,
seja de que forma for.
Falando por experiência e com consciência por já
ter estado do outro lado, do lado do ansioso e do depressivo, a minha teoria
vem confirmar que os sintomas destas patologias são iguais em todas as
pessoas que sofrem de ansiedade, e iguais também nas que sofrem de depressão,
mas a raiz do problema será diferente, então há que ir sempre à busílis da
questão e não banalizar um caso de ansiedade ou depressão e tratá-los sempre da
mesma forma, pois cada pessoa possui uma história de vida e isso já marcará a
diferença no seu tratamento. Por isso, sempre será necessário aplicar uma
terapia diferente; sem este cuidado nunca haverá cura, mas sim um mascarar do
problema que pode originar recaídas numa outra altura.
Trabalhar a autoestima, ensinar o paciente a
libertar-se das suas crenças, fazê-lo entender que muitas das vezes é o
ego/seus pensamentos que o aprisionam, levá-lo a descobrir quem realmente é, a
trabalhar as suas qualidades, encorajá-lo a sair da sua zona de conforto mesmo
com medo, a abandonar tudo
o que lhe faz mal e que dificulta a sua evolução, chegar a essa tal raiz do
problema, enfrentá-la, tratá-la/reeducá-la e amá-la, pois faz parte da pessoa,
e sem amor nunca haverá libertação.
Há que recordar também que a vida é feita
de ciclos e é importante saber respeitá-los e fluir, pois a
resistência nos leva ao desgaste e à ansiedade, e por fim ao nosso
aprisionamento e despersonalização. Nada podemos controlar a não ser a nossa
mente, esse é o único poder que nos foi concedido, aceitar os nossos defeitos e
os do outro, perceber que não vivemos num mundo perfeito e por isso não temos que
atender às expectativas alheias nem esperar nada do outro. Aceitar tudo
que vem é uma benção, viver honrando e respeitando a nossa essência, nosso
coração, leva-nos ao caminho da libertação e do nosso propósito de
vida, atraindo pessoas que nos respeitem e causas que nos tragam
harmonia e bem-estar.
Fonte/créditos: A mente é maravilhosa.
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